Autor: Mariana Ramos
Editora:
Arwen
Ano: 2016
Páginas: 132
Nota: 5/5
Sinopse - A Beleza de um Cacto é uma novela de drama que nos apresenta a história de Amanda, uma jovem que conheceu muito cedo o inferno na terra e, apesar de ser inteligente e ter um temperamento forte, terá que enfrentar traumas do passado e medos do presente na esperança de que, com isso, possa salvar seu futuro. Contará, mesmo que não esperando, com a ajuda de Pedro, um rapaz que aprendeu com a vida que nem tudo é o que parece ser.
A estreia de Mariana Ramos como
escritora não poderia ser melhor, sua obra tem tudo para ser um livro de
referência no pesado tema do abuso sexual infantil, mas ela consegue abordar o
assunto da forma mais leve possível, a leitura prende a atenção e pode até
incomodar em alguns trechos, mas é positiva pois mostra como a superação é
possível e que existem pessoas dispostas a entender e ajudar.
Amanda, a narradora personagem, é
uma garota forte, esperta e decidida mas tem um passado perturbador que não
consegue revelar a ninguém, nem a seus carinhosos pais. A sua história é
marcada por abusos e, apesar de não deixar transparecer, isso marcou sua vida
profundamente.
O problema na narrativa não são
os abusos em si, eles já aconteceram e não há nada o que se possa fazer em
relação a isso. O conflito acontece quando ela reencontra seu abusador e descobre que ele vai ser padrasto de uma menina na mesma idade
que ela tinha quando tudo começou, com esses fatos ela é forçada a encarar esse
trauma e a pensar o que fazer em relação a tudo.
É visível como a força de Amanda
é pura ilusão, e como ela precisa desesperadamente de ajuda, mas não tem
coragem de contar a verdade a ninguém – muito menos a seus pais – como ela
poderá pedir ajuda então?
Os enredos psicológicos rendem os
melhores tipos de dramas, quando são bem escritos aproximam o leitor do
personagem e permitam que haja a necessária identificação, sem ela o leitor não
se importa com o que acontece ao personagem e não se interessa por sua
história. Entretanto, esse tipo de enredo é perigoso, pois ao focar na mente do
personagem há menos espaço para a ação e há risco de se tornar uma leitura
cansativa, risco que se agrava nos jovens dessa geração tão acostumados com a
velocidade e adrenalina dos vídeos e da internet.
Felizmente a autora sobre dosar
bem o psicológico e a ação, além de manter a surpresa e emoção necessários para
a obrar se tornar atraente sem prejuízo do roteiro, é visível o crescimento de
Amanda e o aprofundamento da sua relação com Pedro, que se torna uma amizade
sólida e um forte apoio que possibilita a ela amadurecer e saber quais são as
decisões que deve tomar e o momento certo de agir.
Além de sua qualidade literária,
é um livro necessário que todos os pais e professores deveriam ler para
entender melhor e conseguir identificar vítimas de abuso sexual, infelizmente
elas existem aos montes e são silenciadas, pouquíssimas tem a coragem de pedir
ajuda e tentar se libertar, elas gritam por socorro mas seus gritos não são
facilmente escutados.
Por tudo isso, só tenho a dizer que é uma leitura muito
boa, vale a pena cada minuto.
Uau! Você conseguiu me fazer chorar ao ler essa resenha. Muito obrigada pelas palavras... É mais que gratificante ver que a onra foi realmente apreciada, que o leitor gostou. Isso vale mais do que ouro.
ResponderExcluirNossa, eu que me espantei agora. Que bom que você gostou tanto que até se emocionou, saiba que cada palavra foi sincera.
ExcluirAbraços
É sempre bem difícil ler esse tipo de livro, mas eu gosto de ler p saber até um pouco mais sobre a vitima/abusador.
ResponderExcluirEsse livro me chamou atenção desde a capa e título e agora me ganhou muito mais com sua resenha.
Adorei, beijinho
Olá!
ResponderExcluirMe chamou muito a atenção, mas não tenho coragem de ler esse livro. Não pela história, mas porque não suporto ler histórias de abuso infantil, me machucam demais. Mas adorei sua resenha, parabéns.
Oi Alessandro, tudo bem?
ResponderExcluirEsse tema mexe muito comigo, é muito forte. Que bom que a autora não colocou cenas pesadas, caso contrário não conseguiria ler. Eles são muito espertos, destroem o psicológico da vítima, por isso elas não conseguem denunciar. Mas isso é muito grave, pois permite que eles continuem. Vou elogiar a autora por usar seu trabalho para denunciar. Concordo com você, pais e educadores tinham que ler livros assim e se inteirar sobre o assunto. Sua resenha ficou ótima!!!!
beijinhos.
cila.
Obrigada pelo elogio! Andei vendo vários livros saindo com abusadores como par romântico, um ser incompreendido pela vítima e tal... Não achei nada justo com as vítimas de estupro e depois de participar da palestra de uma psicóloga que falava o quanto tal romantização era prejudicial...
Excluiro livro acabou saindo sem eu nem mesmo perceber que escreveria sobre esse tema até começar a enveredar nele.
Abuso sexual já é um tema doloroso e difícil, infantil então, dói tanto em mim que não sei se tenho forças para conhecer o enredo. Fiquei pensando na protagonista nessa situação, vendo o cara que abusou dela prestes a se tornar padrasto de uma menina da mesma idade que ela tinha na época, é por isso que por mais que doa a denúncia é o único caminho, para evitar que monstros assim continuem a agir, mas como uma criança teria noção disso?
ResponderExcluirÉ exatamente isso que o livro tenta passar!
ExcluirComo foi feito pensando nos jovens, em ajudar aqueles que estejam em mesma situação, não foram explicitadas as cenas em si do ato. Apenas foi mostrado algumas das táticas que os abusadores usam para incutir na vítima a ideia de que ela seria culpada.
o modo como vc escreveu me chamou atenção, e mais ainda a história do livro, é bem tenso porém quero ler.
ResponderExcluirOiii!!
ResponderExcluirConheço a editora mas esse livro ainda não conhecia.
Gosto de ler esse tipo de livro, principalmente por que eu sei que vou ficar um bom tempo pensando nele. Fiquei bem interessada na leitura, ainda mais ele por ele ter um tema que é de difícil abordagem.
Beijos
Criiiis, que boa notícia! Espero que tenha a oportunidade de ler e que goste tanto quanto o Alessandro Bruno.
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